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0.87 cêntimos

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Educação positiva

Guarda rios, 30.11.22

Estou quase a terminar uma formação acerca da Educação Positiva.

Claramente precisamos de mudar padrões, modos de ver, fazer e cultivar outro modo de ser e fazer as coisas.

A escola desde sempre esteve e ainda está voltada para os resultados académicos dos alunos, para o seu sucesso escolar, muitas vezes em detrimento dos modos de agir e dos valores que queremos incutir nos jovens.

Os resultados académicos por si só, não os formam como pessoas, e embora a nossa sociedade seja muito competitiva e os alunos almejem um futuro promissor, o que é certo é que as descura-se muitas vezes a parte emocional, como nos sentimos, como fazer face à frustração ( tanto dos alunos, como dos professores). 

Uma escola focada apenas nos resultados académicos, resulat muitas vezes em stress, ansiedade nas crianças que querem ser as melhores, para os que não conseguem, em frustração e tristeza.

Embora já haja o decreto lei 54 e 55, que ajuda a colmatar as dificuldades sentidas, ainda penso que há muito que fazer.

Muitas vezes, é difícil para nós professores pôr tudo em prática, os currículos são extensos, os míudos nem sempre estão para lá virados e a falta de motivação que tanto se fala, deixa-os mais dispersos e desmotivados.

Os professores também sentem o mesmo e também são gente.

Nesta formação falou-se numa escola diferente, a escola da Ponte, que desconhecia, liderada por José Pacheco, que assenta em modelos positivos, mais adequado às aprendizagens dos alunos.

Penso eu, com tanta informação baseada na ciência e em modelos mais positivos, porque não adoptar estes sistemas ou modelos?

Embora a escola tenha mudado ao longo dos anos, ainda há premissas iguais ao nosso tempo: a avaliação, os currículos etc.

Porque não adoptar, como disse uma participante, com a qual concordo, um modelo baseado em oficinas?

Ou seja, os alunos inscrevem-se nas oficinas dos seus interesses, o que diminuiria certamente o desinteresse por parte dos alunos e desmotivação para os professores, terem que ensinar para quem não quer.

Uma escola aberta a todos, no sentido de ir de encontro os seus interesses, sem dramas e obrigações.

 

Deveria haver a hipótese de escolha, e neste momento não há, ou escasseia bastante.

 

Escrita simples

Guarda rios, 29.11.22

No dia 16 deste mês comemorou-se o centenário do nascimento de Saramago. O único nobel da literatura portuguesa. E na aula para comemorar o seu centenário explorei um video de um conto infantil escrito por ele.

Na introdução desse video, Saramago dizia que lamentava não saber escrever para crianças, pois para escrever para crianças era necessário uma linguagem simples, uma escrita simples que fosse entendida por elas. Falei com a turma e inquiri junto dos alunos, porque motivo ele teria essa dificuldade, pois se já tinha recebido um prémio nobel....

Os alunos não responderam. Mas um logicamente pegou nas suas palavras e disse " porque é necessário uma linguagem simples".

E é verdade. 

Para as crianças é necessário uma linguagem simples, mas que ao mesmo tempo chegue até elas e que as emocione ao mesmo tempo.

Eu por outro lado, sou adulta, não sou escritora, só aqui, a part-time, e sou adepta da escrita simples.

Da linguagem simples que chega a qualquer lado. Sem peneiras. 

só escrever

Middle crises again

Guarda rios, 28.11.22

Custou-me sinceramente chegar a esta idade.

Umas dorzitas aqui e acoli, mas poucas. Cabelos brancos, olhos a ver cada vez pior, uma ruga de expressão que teme em desaparecer entre os olhos, os dentes....

É uma decadência

lol

o que vale é que há dentistas, cabeleireiros, médicos e bem tratados parecemos com menos 10 anos em cima.

Isto é a parte física.

E a psicológica?

É a pior. Quando fazemos uma retrospetiva do que sonhámos e o que se concretizou e pensamos "os sonhos que tínhamos em novos e que não se concretizaram?"

As escolhas ingenuamente que fizémos e nos arrependemos e depois não dá para voltar para trás?

Ou demoram tempo e custam dinheiro?

É complicado! 

Mas a vida é feita de desafios, a verdade é essa.

Acho, sinceramente que há coisas que chegamos a este ponto e pensamos, "não era bem por este caminho que queria ir", queríamos outro.

Mas acredito sempre na luz ao fim do túnel, se bem que há dias que não acreditamos, parece que tudo congemina contra nós.

Mas talvez os sonhos que tínhamos não eram assim tão realistas, ou há sempre a possibilidade de fazer mudanças, mesmo que pequenas que nos podem deixar o dia a dia mais feliz.

acredito nisso.

A detalhista

Guarda rios, 27.11.22

A minha mãe é uma detalhista exímia.

Quando falo com ela sobre qualquer tema, dá-me pormenores mais . Não quero dizer pormenores espatafúrdios porque também me parece exagero, mas dá-me uma quantidade exagerada de pormenores sobre qualquer assunto. Se estamos a falar sober contas, por exemplo, é capaz de me elencar todos os produtos que comprou no supermercado, o preço que estava o quilo, onde comprar mais barato, evitar os sítios mais caros, os sítios onde foi, fazer o quê; etc etc etc.

Claro que há dicas que dão jeito, mas ir até à ínfima questão de qualquer assunto, cansa.

Se estiver doente, transmite-me passo a passo o que aconteceu antes, depois, nos entretantos, até dizer por fim que se sentou no sofá.

Eu sou mais prática e vou direta ao assunto, corto caminho, ou detenho-me apenas nos aspetos essenciais para dar a compreender o assunto em questão.

Por um lado não é mau ser assim, tão detalhista, imagino que para escrever um romance, e há romancistas assim, detalham até ao ínfimo pormenor. Há qualidades nisso.

Mas para mim, que sou o oposto, infelizmente, corto muitas vezes a conversa com " avança, avança", para chegar mais rapidamente à conclusão.

E aí é que vem a frustração, a conclusão é tão detalhada como o desenvolvimento e não é nada doutro mundo.

Mas às vezes quando a história dela é bem contada, estamos desejosos que salte os pormenores e vá direto à conclusão.

Há coisas...

Guarda rios, 26.11.22

hummm

Logo pela manhã, ao beber o café no meu sítio preferido aqui da rua, na amena cavaqueira com o sr. Fernado, a falar de futebol ( eu a falar de futebol, vejam bem...), entra uma cliente, com uma raspadinha premiada.

6 mil euros!!!

Isso é que são dias de sorte!

Eu aqui a bulir, que me saí do coro e da mente, e ali, sem mais nem menos, 6 mil euros...

Tenho a impressão, e eu nisso costumo ser relutente, quando jogo penso sempre " dinheiro deitado ao lixo", mas quando se ganha qualquer coisa, ou vemos outros a ganhar, fica o pensamento " e se jogasse também?"

Middle life crises

Guarda rios, 25.11.22

Lembro-me perfeitamente que uma das bandas preferidas quando era jovem, tinha este tema. Devo voltar a ouvi-lo para prestar bem atenção à mensagem, porque naquela altura quando ouvia, sinceramente era mais pelo ritmo e barulheira que fazia.

Agora, já me faz mais sentido, ouvir o que as letras têm para me dizer.

Isto porque, ironia ou não estou quase a chegar ao meio século. Gosto muito de dizer isto, lol, "tenho quase meio século."

Nunca pensei chegar aqui, a esta idade, diga-se de passagem. Quando era mais nova, nem nunca tive essa visão de mim mesma com quase o meio século, provavelmente pensaria que ficaria jovem para sempre e que essa idade seria uma ideia demasiado abstrata e longínqua de mim mesma. Normalmente as pessoaos não gostam de dizer, acham-se velhas etc. Eu não. De certo forma, tenho orgulho da minha idade e penso:

" como consegui chegar aqui?"  Certo, certo, certo, agora diz-se que os 50, são os novos 40 ou sei lá o quê, mas quando eu era jovem, uma mulher de 50, já achávamos cinquentona , ou seja uma cota.

Se me sinto velha? sinto! Já não tenho a pujança de antigamente!

Mas sinto-me diferente. Aí há mudança. Não sinto que a pujança de antigamente me faça falta, pelo contrário. Mas é necessário mantermos uma certa pujança, ou seja interesse pela nossa vida, para nos sentirmos vivos.

Os interesses são outros, naturalmente a vida é outra.

Good news or bad news?

Guarda rios, 24.11.22

É verdade que,  pela televisão, nos entram pela casa muitas notícias más.

E também é também é verdade que muitas notícias negativas nos entristecem, revoltam ou fazem-nos azia.

Normalmente quando estamos mal não gostamos de nos comparar com os que estão pior , comparamo-nos aos que estão bem na vida, imaginamos nós.

Mas se pararmos para pensar, se nos compararmos aquelas pessoas que estão pior do que nós,  por exemplo por motivos de saúde e que passam o dia no hospital, ou que não têm o que comer ou que são privadas da sua liberdade, automaticamente conseguimos  colocar-nos no lugar delas e ....

Sentimo-nos melhor. ( eu pelo menos )

Ou seja, começamos a ver as coisas noutra perspetiva: verificamos que se calhar não somos assim tão infortunados e que até somos sortudos!

Por isso, embora as notícias tenham um efeito devastador, também podem ajudar-nos a relativizar os nossos problemas e termos uma perspetiva mais realista acerca da nossa vida, o quão sortudos somos e às vezes nem sabemos!

 

0.87 cêntimos outra vez

Guarda rios, 23.11.22

desta vez não passa. E há coisas que nos custa falar , mas só o facto de sermos anónimos neste mundo aqui, e porque falar para o alto sabe bem, mesmo de coisas más, eu acho mesmo ESPECIALMENTE de coisas Más.

Desta vez, (lol) cheguei mesmo ao fundo, enquanto escrevo estas palavras dá-me um bocado de graça por dentro, se bem que é um riso agri-doce, por assim dizer.

Mas dá-me graça, porque estou safa, no meio desta miséria toda.

Cheguei ao fim do mês com 0.87 cêntimos. Verdade! ( ainda bem que ninguém vai ler isto!) e como sou muito pequenina aqui no meio deste blog, vai saber bem, porque é apenas um desabafo. 

Se chegarem a ler, não tenham pena de mim, amanhã, felizmente, já recebo, e a dobrar ( contando com o subsídio de natal).

Depois de passar pela mercearia e comprar umas coisas, no total de 10.e trocos, o cartão pela segunda vez deu não autorizado. Sentindo o embaraço do indiano que já me conhece, disse, para a senhora que estava ao meu lado, " pague primeiro a conta da senhora". 

Quando disse isto, olhei para a senhora, que me olhou com um olhar gelado de reprovação.

Não olhei duas vezes, mas para dentro de mim pensei " Caguei para ti!"

Depois lembrei-me que ainda tinha uns trocos em casa, voltei e lá paguei, sentindo o embaraço do indiano, que na sua cara espelhava " nunca pensei que esta também andava à rasca de dinheiro".

Não é fácil. O meu budget que mesmo assim é dentro da média, não contempla consultas todas as semanas, consulta do gato etc etc etc. Basicamente, tendo em conta a inflação, dá para o básico, coisas essenciais, para extras  já não dá, ou então faço como a maioria dos portugueses, vou gerindo.

E porque estou a escrever sobre isto, e não guardei para mim? Poderia, é verdade.

Porque sei que como eu, há muita gente,  que já sentiu o que provavelmente senti hoje, a reprovação de não ter dinheiro para pagar as contas, e isso é uma das coisas mais insensíveis e tristes que se pode fazer a um ser humano.

As manias dos adolescentes

Guarda rios, 23.11.22

Os adolescentes têm manias para todos os gostos, começando pelas mudanças de humor que ninguém entende.

E quem tem um em casa, sabe do que falo.

Mania nº 1 da minha; a mais recente; - está a chover, logo não levar chapéu de chuva.

Motivo- " já tenho muitas coisas na mão", inclusive o casaco que se recusa a vestir, porque não era aquele que queria levar, era outro.

Outras manias que detestamos, são:

chamar para o jantar, e fingir que ouvem, porque estão ocupados a teclar sabe-se lá com quem;

deixar roupa espalhada pelo chão; e quando chamamos atenção sobre o facto, declararem que é para lavar. Lol, é para lavar? então porque não colocar no cesto da roupa suja????

Não sei se tinha estas manias, acho que não, mas provavelmente tinha outras.

 

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