Há dias pedi ao puto para ir à mercearia do Ali para comprar pão.
Disse-lhe: " compra 5 bolas!"
No outro dia, ao final da tarde, fui à mercearia do Ali e contou-me: " Francisco esteve aqui a comprar pão."
Continuou ( em inglês) : " Ontem veio cá um estudante universitário e pediu exatamente 5 bolas, como o Francisco e eu perguntei ao estudante, uma bola é 0.28 cêntimos, quanto é 5 bolas ?"
Continuou o relato : " Não soube responder, depois disse 2.20" E riu-se.
No meio do relato, eu a tentar fazer as contas de cabeça, mas a conversa desviava-me a atenção necessária.
Na mesma manhã, Francisco veio cá e pediu 5 bolas, e eu disse: " Francisco, 1 bola é 0.28 cêntimos, 5 bolas quanto é?"
" Francisco não demorou muito e disse: " 1.40".
" Francisco, sabe, o estudante da universidade não sabe!" e riu-se.
" É verdade, o Francisco é bom no cálculo e faz contas matemáticas rapidamente!"- disse eu.
Uma jornalista britânica publicou um livro " Perder o paraíso" que indica que " as nossas mentes precisam de Natureza".
Concordo plenamente.
Indica que caminhar na Natureza reduz a ruminação mental e áreas do cérebro associadas a doenças mentais. Concordo, e nada como a Natureza para nos retirar de situações de stress e desviar a nossa atenção para outras, para algo que nos transmite paz, serenidade e descanso.
As cores, os cheiros, as texturas, o caminhar, observar e mesmo ouvir o canto dos pássaros ou bichos em redor é sempre agradável e relaxante.
Sentir o toque no tronco rugoso de uma árvore, observar as nuvens, sentir a areia nos pés, ou caminhar à beira mar e saltar de rocha em rocha, a Natureza proporciona-nos uma panóplia de experiências. É só escolher... e desfrutar....
E tu? Qual a experiência que gostas mais de fazer na natureza?
Há dias estava a ver uma notícia na televisão acerca dos sobreviventes do incêndio em Tenerife.
Num pavilhão estavam alojados os sobreviventes deitados em sacos cama. Uma das sobreviventes disse em entrevista que apenas lhe deram 20 minutos para sair de casa e para levar os seus pertences.
Fiquei a pensar... em 20 min. o que levaria.
À tarde, num dos passeios com os putos, contei-lhes acerca da notícia e da senhora, e fiz-lhes a derradeira pergunta: se fosse com vocês, o que levariam em 20 minutos?
Resposta do puto: " o tablet!"
E mais nada?- perguntei eu. " Nem o carregador?"
"Ah! e o carregador."
Pensei em silêncio ( nem roupa nem nada, nem um par de cuecas!, cruzes!)
Mas não disse nada para não influenciar.
Depois, a Catarina de Bragança falou: " eu levaria telemóvel, carregador, computador, auscultadores, os meus peluches e um cobertor..."
Às tantas disse: " E cuecas?"
Pensou um pouco e respondeu: " eles lá davam".
Continuou o discurso: " levaria isto, mais aquilo e aqueloutro...."
Às tantas disse: " e os gatos?"
Respondeu: " os gatos não estão cá!"
Eu: " e se estivessem?"
Ela: " Levaria a Tita ( gata de loiça) debaixo do braço, o puto é que se via à rasca para apanhar o Amarelinho ( é o tímido!).
De repente perguntou-me: " e tu? o que levarias?"
Fiquei a pensar e antes que pudesse responder, diz a minha filha: " a minha mãe com o tempo que demora só à procura do relógio, só levava o relógio no pulso!"
Bem, parvoíces à parte, levaria de certeza cuecas, antes de procurar o relógio ou os óculos!
Esta notícia acerca do sinal vermelho despertou-me a atenção há dias.
Uma mulher acidentalmente foi atropelada quando passava numa estrada com sinal vermelho e acabou por falecer.
E porquê me despertou a atenção?
Supostamente quando se passa num sinal vermelho perdemos a razão, certo?
Errado. E isso foi o que a companhia de seguros do motociclista pensava, que tinha razão.
A família da falecida resolveu colocar o caso em tribunal, e obter uma indeminização devido aos prejuízos causados e falecimento da senhora.
Ganhou o caso, sendo atribuída culpa de 70% à senhora, devido a ter atravessado a estrada com sinal vermelho e ao motociclista de 30% da culpa. A companhia de seguros era obrigada a indeminizar a família em cerca de 34 mil euros.
Não satisfeito com a decisão do tribunal, a companhia de seguros resolveu recorrer.
Resultado: a nova decisão decretou que a culpa era 50/50 para cada uma das partes.
E porquê?
Porque embora a senhora tivesse passado num sinal vermelho, devido a imprudência da sua parte, foram analisadas as provas de perícia na estrada, e o motociclista encontrava-se ainda a uma boa distância, numa estrada com boa visibilidade e não havia registo de ter efetuado uma única travagem na estrada antes do acidente.
Resultado: a companhia ficou obrigada a pagar cerca de 54 mil euros.
Um dos passeios que fizémos quando chegámos a Guimarães foi ao Paço dos Duques de Bragança.
Depois do imenso labirinto para visitar todas as salas, deparámo-nos com um quarto que pensa-se ter sido de D. Catarina de Bragança, devido à existência de um retrato encontrado no acervo.
Depois de contemplarmos o seu retrato, disse: " olha Catarina, és tu!"
"Não, mãe, não sou nada assim!"
" Este é o teu quarto!" " a cama é demasiado pequena, se dormisses nela, os pés ficavam de fora e de noite rebolavas e caías de certeza!"
Lol
Lá continuava eu: " aquela bacia, era para lavares os pés antes de te deitares!"
Realmente D. Catarina de Bragança retratada nada tem a ver com a minha Catarina, vasta cabeleira em oposição ao cabelo liso da minha filha.
Adiante, D. Catarina, filha de D. João IV e de D. Luísa de Gusmão, casou com D. Carlos II, passando a rainha consorte do Reino de Inglaterra, da Escócia e da Irlanda.
Normalmente leio parte das informações relativas a cada sala que visito, em silêncio ou em voz alta para a minha filha ouvir, que ela gosta.
Transcrevo umas das partes que li em voz alta no tal quarto para os meus filhos:
" D. Catarina levou para a corte inglesa alguns dos seus costumes portugueses, sendo-lhe atribuída a divulgação do hábito de beber chá a meio da tarde , o uso do garfo à mesa...(...)"
Ao ler acentuei a parte do chá a meio da tarde, o que deu para rir, mas o que deu para rir, foi o uso do garfo à mesa! Imaginámos logo a Catarina ( a minha filha), à mesa em plena Inglaterra, com o pessoal a comer com as mãos em movimento rápido e depois sacar de um garfo e mostrar aos ingleses como se usa, espetando num pedaço de frango, por exemplo.
E a surpresa dos ingleses, especados a olhar enquanto comiam: Ahhhhh!
Num dos passeios que fiz, foi à Sé Catedral de Braga, ia lá pela segunda vez apenas para visitar as três capelas, ( pois ainda não tinha visto), uma delas onde estavam as ossadas dos pais do nosso primeiro rei de Portugal (D. Teresa de Castela e D. Henrique) e o coro alto.
Muito bonitas, sem exceção.
Tive que sair antes de terminar a visita ao museu pois tinha de fazer o check out até ao meio dia.
Aproveito a dizer que esta visita era guiada, tendo-se dividido em 2 grupos: português e inglês.
Escolhi português.
Na visita ao coro alto ( mesmo muito bonito, aproveito a dizer quem andar por lá perto e nunca tenha visto, vale mesmo a pena!), umas das senhoras com alguma idade começa a fazer um inquérito ao rapaz que nos fazia a visita.
Idade? O que faz? etc etc etc
Claro que estava ali ao lado e ouvi tudo.
Aparentemente o jovem de 16 anos, estudante, e devo dizer com bastante talento, efetuara a visita.
Era um programa de voluntariado jovem ao qual se tinha inscrito para passar o tempo ( "em vez de estar em casa sem fazer nada") e para conhecer pessoas....
Penso que realmente foi uma iniciativa interessante, não sei se vai seguir carreira em turismo, mas que tem jeito tem!
Explicou tudo muito direitinho, embora uma das questões que fiz não soube responder, mas à parte disso, tinha a história das 3 capelinhas bem estudada!