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Humor- ao fim ao cabo o que nos faz rir?

por Helena, em 21.06.25

Agora devido ao processo mediático em tribunal Anjos vs Joana Marques, começou-se a discutir mais o tema : "Até onde deverão ir os limites do humor?" Será que tem limites?"

(Engraçado porque tempos antes, eu já tinha levantado essa questão algures num outro post.)

Já vimos que quando o humor tem alguém como alvo identificado por todos e a pessoa se sente ofendida, já não é humor. Pode tornar-se em algo amargo principalmente para o visado.

Eu vou por outro lado, ao tentar responder à questão " Ao fim ao cabo, o que me faz rir?"

Afinal quando é que há humor? É quando rimos dos outros mas não toca a nós? 

Pode ser. Ou quando riem todos? Os outros e até nós, quando somos o alvo?

Para mim, é mais essa.

Quando o triângulo está completo: ou seja humorista ( que criou a piada e se riu ao escrevê-la) , o visado (que se riu)  e até quem vê ou ouve as piadas ( ou seja público em geral), penso que aí a piada cumpriu o seu objetivo. Agora quando atinge 2 dos 3 pontos, fica a meio.

Como gosto de me rir e me faz bem ao coração, sigo e vejo vários humoristas principalmente brasileiros que são os que mais gosto. Também há uns portugueses que gosto.

E ao refletir sobre toda esta esta situação, verifiquei que gosto das piadas dos humoristas quando não têm uma pessoa identificada que todos conheçamos. Não têm. Muitas vezes falam da sua mãe, ora não sabemos quem ela é, nem fisicamente, nem o nome, apenas a conhecemos por algumas características que gostam de retratar. Ou até quando fazem piadas sobre os professores. Está representada uma professora pelos olhos do artista, mas não temos uma pessoa identificada,  de forma concreta. Ou dos estudantes, donas de casa, etc etc etc.

E se for um humor muito bem conseguido, o humorista fala de quem????

De SI MESMO. Das suas relações com o mundo ou com as pessoas que o rodeiam ( mãe, pai, irmãos, vizinhos, professores, mecânico etc etc etc, mas de uma forma geral não particularizando ninguém).

De uma forma especial e perspetiva extraordinária o humorista fala de si, dessas relações que tem com os outros.

E aí rimos todos, porque ninguém é enxovalhado. E mais engraçado, porque nessa piada dirigida não a uma pessoa particular mas a um grupo representado socialmente, como já mencionei em cima, revemo-nos muitas vezes nas situações. Identificamo-las como verdades. Por exemplo; já ouvimos muitas vezes frases chavão dos professores, atitudes dos mecânicos e das nossas mães.

Claro que é o exagero que dá a graça.

Agora temos um humor diferente em alguns humoristas; que têm um alvo perfeitamente identificado, como uma figura pública e aí pode haver dissabores, caso o alvo final não tenha apreciado a brincadeira; e quando há alguém identificado concretamente, pode haver também o reverso da medalha e virar-se o feitiço contra o feiticeiro, e aí o outro lado também já não gostar da piada. Os Anjos podiam ter sido criativos e ter feito uma video sobre a própria Joana!

Lembro-me ainda há uns tempos quando o nosso presidente fez umas piadas e levou uma enxurrada de comentários negativos, principalmente pela sua posição. Ou seja, leva-nos a concluir, é um presidente, não pode fazer humor, não é humorista.

Agora pergunto: O homem, lá porque é presidente não pode fazer uma graçola? Pelos vistos, não, segundo a opinião pública que lhe caiu em cima. Fez 2, não voltou a fazer mais.

Agora, para finalizar, se os patrocinadores dos Anjos tivessem o discernimento que aquilo era apenas um video de gozo, e que as figuras públicas são alvos fáceis nessa matéria, e que os Anjos têm uma carreira de não sei quantos anos e que já deram provas suficientes de que cantam bem, talvez desvalorizassem o assunto e não houvesse tanta polémica e as coisas não tivessem chegado ao ponto onde chegaram.

Outro ponto: cada vez que uma figura pública processar um humorista, por uma piadola, e caso ganhe em tribunal, o humorista está entalado pois terá que arranjar outros alvos.

Ou cada vez que formos vítima de uma piadola, se pedirmos um milhão para indemnizar custos patrimoniais ou morais,  eu não me importo que o façam! Vamos lá ganhar 1 milhão!

Estou a brincar, não o façam!

 

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