O dia do pai
Já sei, foi ontem.
Ao ler os posts sobre o dia do pai, o quanto homenageiam o pai, e enaltecem a sua imagem ou presença, verifico que não sinto nada. Talvez uma ponta de inveja, porque não tive um pai assim.
Quem me dera! Mas não sei o que isso é!
Nem toda a gente teve a possibilidade de ter um bom pai. É o que calha, não escolhemos.
Quem teve nem sabe a sorte que lhe calhou, talvez como se ganhasse o euro milhões!
Não foi o meu caso!
Mas o que me emocionou, foi porque li algures que alguém também considerava que o seu pai não fosse perfeito ( revi-me na situação) e até soltei uma lágrima!
Mas apesar de tudo, esse pai ainda lhe ensinou alguns valores, o que para mim, se assim fosse já considerava um bom pai.
Engraçado porque este sentimento que estava enterrado no fundo de mim mesmo, pensava já esquecido, mas ao ler, tudo se abriu como uma ferida enterrada bem no fundo.
Gostava de partilhar um post lindo sobre o meu pai, mas não o tenho.
Por outro lado, não sendo o dia atribuído, tenho uma mãe, que fez papel de mãe e pai, não sendo perfeita, mas para mim, foi a melhor do mundo, e sim, essa é que vale todas as homenagens e mais algumas!
Engraçado como os padrões se repetem, talvez por termos tido um mau pai, também escolhemos um mau pai para os nossos filhos. E embora não sejam parecidos, as mesmas características que considero para serem maus pais, são as mesmas!
Agora a outra parte, a parte menos má, que me ajuda a contextualizar tudo isto, e a relativizar os meus sentimentos: o meu pai também não teve um pai , no sentido da palavra.
O seu pai alcólico, dava-lhe grandes tareias e é isto. Ponto final. Como poderia ele ser um pai para mim? Não podia, nem saberia por onde começar.
O que ficou? Nunca me bateu.
E embora toda a minha vida fosse marcada pela sua ausência, lembro-me apenas da capacidade de dizer parvoíces ou anedotas que por curtos momentos me fizeram rir.
O que verifico é que realmente ter um bom pai ou mau pai na nossa vida faz toda a diferença...