Dia internacional do autista
Foi dia 2 de abril.
Desculpem o delay.
Como agora já é um assunto que me interessa mais, estive a ler uma reportagem de uma senhora que partilhou a sua história. Foi-lhe diagnosticado perturbação do espectro do autismo já tinha os seus 32 anos, já em adulta portanto.
Pelo que li, há cada vez mais pessoas diagnosticadas tão tardiamente, e porquê?
Antigamente não havia informação suficiente para diagnosticar estes casos, nem a nível médico.
E então as pessoas eram muitas vezes ou mal diagnosticadas ou passavam pelos pingos da chuva, como se costuma dizer. Muitas vezes os sintomas, poderão conduzir a outras doenças como a ansiedade, depressão, ou até bipolaridade.
As que estão no nível 1, as de alto funcionamento, são as que passam mais despercebidas, pois a sua condição está mais relacionada com disfunções nas interações sociais ou padrões de comportamento.
Eram as de então designadas com o termo 'síndrome de Asperger', como autismo leve, mas esse termo deixou de ser usado.
O que verifiquei é que das que foram diagnosticadas já em adultas, tendo sofrido ao longo do tempo a sua condição, usando muitas vezes uma máscara social ou camuflando-se socialmente para se integrarem, sentiram um alívio, pois havia uma explicação para os seus sintomas.
Já a minha filha, mas lá está, cada caso é um caso, disse exatamente o oposto: " quando descobri, foi um peso!"
Talvez veja as coisas dessa maneira agora, não sendo adulta, mas provavelmente seria bem pior, se tivesse sentido que há algo que não está bem e só saber anos mais tarde!
Outro ponto importante que a sra referiu foi que quando se apresentava numa reunião com o seu estatuto profissional era bem aceite, com louvores e honras. Se por acaso mencionava que tinha a perturbação do espetro do autismo, mudavam logo de postura, considerando-a uma criança ou de infantil.
Isto para resumir que ainda há muita desinformação por aí, e que cada caso é um caso, sendo que os de grau 1 até podem ter capacidades acima da média, desempenhando com sucesso a suas atividades profissionais, não sendo dependentes de terceiros.
E que devemos ver as pessoas como um todo, ou seja para além dos sintomas da doença.