Li algures que as pessoas quando se sentem solitárias tendem a afastar-se do mundo, principalmente dos outros, podendo cair num estado de tristeza .
Muitas vezes esperam que os outros tomem a iniciativa de contactá-las para sairem da sua redoma; e se forem tímidas ainda é mais difícil a iniciativa de contacto ou interação social.
Porém, li também que a melhor forma de combater esse sentimento e ter maiores interações sociais será não estar á espera dos outros, mas partir de si mesmo.
Sair da sua concha. Convidar alguém, mesmo que seja pouco interessante, mas esse alguém será para si a representação da " humanidade" naquele momento.
E que os sentimentos vergonha, embaraço ou outros menos positivos que possamos partilhar, são a cola que mantém unido o Universo.
" São essas experiências que somos forçados a contactar com os outros" .
Sabemos que cada vez mais, as pessoas abandonam as aldeias para viver na cidade, à procura de condições melhores.
Mas há quem resista e fique a viver onde sempre viveu e cresceu.
Sei que os jovens do interior passam por essa situação para estudarem nos centros urbanos.
Eu nunca experienciei tal situação. Sempre cresci e tive tudo à mão de semear, ou seja, nunca tive que me deslocar para lado nenhum.
Mas fiquei a pensar na tal senhora, única habitante de Aigra Velha, concelho de Góis. Passa os dias na serra com o seu rebanho e num pequeno video que vi acerca de uma entrevista que lhe fizeram, ( não vi todo, estava com cortes, publicidade e mais publicidade...), reconheceu com algum custo que a solidão não a perturbava, se bem que havia dias dificéis.
Por um lado, devo reconhecer que o sossego da aldeia, deva dar uma enorme liberdade, mas confesso, que sem o contacto com os outros de forma tão permanente, ia sentir-me uma pessoa muito infeliz....