Talking to strangers
O que é certo é todos somos estranhos uns para os outros no início.
Talvez possamos pensar que é estranho no mínimo, arriscado até.
Depois de ver o filme " Extremamente algo, extremamente perto", ocorreu-me pensar no assunto.
Depois de perder o pai no acidente trágico 9/11, o rapaz da história resolve numa incessante busca procurar pistas sobre o seu pai, através de uma chave perdida.
Nessa busca conhece muitas pessoas, a quem procura pistas sobre essa chave, que pensa que era destinado a si.
Pessoas essas, estranhas, que não conhece de parte alguma.
Muitas delas, no fim, ficam suas " amigas" e no pouco ou na pequena troca de palavras, trocam-se experiências e momentos de proximidade e afeto.
Mais do que isso, o rapaz confidencia os momentos mais dramáticos e perturbadores que carrega dentro de si, que "despeja" em estranhos. E isso acaba por ser libertador dentro dele. Dentro do seu coração/alma, vai arrumando os seus sentimentos, graças à capacidade dos " estranhos" o terem ouvido, ali, naquele momento, quando ele precisava.
A capacidade de desabafarmos com " estranhos" pode mesmo ser libertadora, pois não há julgamentos, nem estamos propriamente à procura de consolo, só mesmo um bom para de ouvidos, e às vezes ainda é mais fácil desabafar com pessoas que não têm laços connosco do que propriamente com pessoas que já conhecemos há muito tempo.
Alguma vez falaram com estranhos na vossa vida?